"Está situada em hum valle do Rio Zezere dois tiros de bala de espingarda, e nove, e meyo da Serra da Estrella..." In Memórias Paroquiais de 1758
24.8.22
𝗜𝗻𝗰𝗲̂𝗻𝗱𝗶𝗼𝘀 𝗿𝘂𝗿𝗮𝗶𝘀 𝟮𝟬𝟮𝟮 | 𝗗𝗲𝗰𝗹𝗮𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗽𝗿𝗲𝗷𝘂𝗶́𝘇𝗼𝘀
22.8.22
Governo vai declarar estado de calamidade na Serra da Estrela por causa dos incêndios
O Governo aprovará um conjunto de respostas e medidas ao abrigo do estado de calamidade [na sequência do incêndio que afetou a região da Serra da Estrela]”, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, à saída da reunião, em Manteigas, com ministros e autarcas da região. O decreto do estado de calamidade pelo Governo tem sido uma reivindicação dos autarcas da região da Serra da Estrela face à enorme área ardida e consequentes prejuízos neste parque natural. A ministra remeteu, contudo, a definição dos territórios englobados e dos prazos do mesmo para um Conselho de Ministros a realizar no futuro. “O estado de calamidade será decretado pelo Conselho de Ministros”, garantiu a governante, adiantando que primeiro é “necessário fazer um levantamento, durante os próximos 15 dias, de todos os danos, prejuízos deste incêndio e situações que têm de ser corrigidas”. Primeiro, e “durante os próximos 15 dias, os diferentes organismos do Estado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, em parceria com os municípios, farão o levantamento de todos os danos, prejuízos e situações que têm de ser corrigidas”, resumiu Mariana Vieira da Silva. Só depois do diagnóstico feito é que o Governo vai aprovar o pacote de medidas necessárias para responder a esta situação dramática que os habitantes da Serra da Estrela estão a viver. “Nesse momento, o Governo aprovará o conjunto de medidas de resposta a estes incêndios” que considera “uma catástrofe“, assegurou. Para a ministra, este é “um calendário ambicioso” e deixou claro que, apesar de poder parecer “um prazo muito curto, que responde a esta situação de urgência e calamidade que aqui se vive, é um período essencial para se avançar para a tomada de outras medidas necessárias à preservação a Serra da Estrela“. Segundo a ministra, a intervenção tem de ser “integrada“, ou seja, transversal a várias áreas, desde a agricultura até ao ambiente. O Governo vai, por isso, resolver os problemas que têm vindo a ser colocados em várias fases. A ministra apontou, nomeadamente, “uma resposta imediata, que já está no terreno de apoio à alimentação animal, de recuperação e retirada de madeira e de apoio social no terreno”. Para Mariana Vieira da Silva, este “foi um incêndio de grandes dimensões”, tendo em conta que “cerca de um quarto deste parque natural foi afetado”. Adverte, contudo, que não se pode criticar o trabalho feito até então no território, porque houve prevenção primária. “Também sabemos que estamos perante um novo tipo de incêndio que ganha uma dimensão e uma força tal que é de combate difícil”, alertou. A partir de setembro está prevista uma outra fase, anunciou a governante, que consiste na “definição de um plano de revitalização deste parque natural da Serra da Estrela, procurando diversificar as atividades económicas que aqui se fazem, como apostar no turismo, na natureza, mas também na proteção deste parque natural e habitats”. Esta é, aliás, a “prioridade” do Governo para requalificar e recuperar o potencial desta área, mesmo a nível económico.
in https://eco.sapo.pt
18.8.22
Apoio extraordinário aos produtores pecuários afetados pelos incêndios rura
17.8.22
11.8.22
Parque Natural da Serra da Estrela "vai levar décadas a recuperar"
O incêndio que deflagrou no sábado no concelho da Covilhã continua ativo esta quinta-feira (11) e já terá consumido cerca de 10.000 hectares, que fazem parte também do PNSE, uma área de 89.000 hectares que abrange territórios dos concelhos de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia. Na classificação como Parque Natural (onde coexiste o geoparque mundial da UNESCO) foi tido em conta tratar-se de uma região com "refúgios de vida selvagem e formações vegetais endémicas de importância nacional". O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) destaca a importância das turfeiras, dos cervunais ou dos bosques de teixo, da lagartixa-de-montanha ou da salamandra-lusitânica. É este Parque Natural que, disse à Lusa Domingos Patacho, está a ser significativamente afetado pelas chamas, que têm estado a consumir essencialmente pinheiro bravo, uma espécie autóctone. "A primeira lição deste incêndio é a de que temos de ter áreas mais compartimentadas, são precisas mais folhosas, como as faias, que em Manteigas foram menos atingidas pelo fogo e que poderão por isso regenerar-se mais facilmente", disse o dirigente da associação ambientalista e engenheiro florestal. Ao contrário, arde mais facilmente o pinheiro bravo, uma resinosa plantada em grande quantidade na Serra durante o Estado Novo (em 1938), para travar a erosão. São essas árvores que vão, disse, demorar décadas a repovoar a zona do PNSE. Mas acrescenta que os bosques de teixo, raros em Portugal, foram até agora poupados das chamas, que não atingiram a zona do Vale do Zêzere. Com o incêndio a continuar a consumir o Parque, agora a afetar também zonas de pastagens e de agricultura, Domingos Patacho alerta que tal vai ser prejudicial para o queijo mas também para o mel. "Parte das áreas do Parque que são matos podem regenerar-se. Mas não estamos a falar de 10, ou 100 hectares. Estamos a falar de milhares de hectares, de habitats dos quais dependem muitas espécies de animais, os insetos polinizadores, a lagartixa-de-montanha... tudo isto funciona em cadeia", disse. No entender do dirigente da Quercus o mais preocupante como consequência do incêndio são as encostas íngremes do Vale do Zêzere, agora sem árvores e sujeitas à erosão quando chover, como aliás já aconteceu no passado, com o arrastamento de terra e rochas, disse. Nos próximos meses devem existir, defendeu, medidas de gestão de emergência para fazer a contenção da erosão e travar o arrastamento de terras nos sítios mais sensíveis. Já hoje o biólogo José Conde, do Centro Interpretação da Serra da Estrela (CISE), estrutura da Câmara de Seia, tinha alertado para os "danos enormes" na biodiversidade da Serra da Estrela devido ao incêndio, afetando várias áreas de grande relevância para a conservação da natureza. O Parque, disse também à Lusa o dirigente da organização ambientalista Zero Paulo Lucas, é uma espécie de ilha, com condições climatéricas que propiciam a existência de determinada flora de montanha, com comunidades únicas e habitats relacionados com a humidade, como as turfeiras. Paulo Lucas, como Domingos Patacho, não sabe ainda o grau de destruição desses "habitats extremamente raros e vulneráveis", mas avisa que "qualquer destruição pode tornar-se catastrófica". O responsável referiu à Lusa que entre 2017 e 2021 arderam 21.884 hectares do PNSE, um quarto da área total da zona protegida. "É o parque que mais área ardida tem", lamentou, questionando porque há tantos incêndios no país e acrescentando: "Temos de começar a analisar isto a sério. Há muito trabalho necessário em relação às causas associadas ao mau uso do fogo, não basta fazer ´Portugal chama´" (campanha de sensibilização). Alexandra Azevedo, presidente da Quercus, também em declarações à Lusa, considerou que o esforço de limpeza do coberto vegetal não teve o efeito desejado, que para combater os incêndios se está a destruir o bosque, bloqueando-se o ciclo da água, quando se deviam proteger, e controlar os incêndios com elas, árvores que resistem mais ao fogo, como carvalhos, azinheiras ou freixos e plantas arbustivas. "O que estamos a fazer não está a resolver o problema", alertou. Na quarta-feira a Quercus, em comunicado, já tinha manifestado "profunda preocupação" com o incêndio que deflagrou no concelho da Covilhã no sábado e que continua ativo hoje. A agência Lusa pediu informações ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sobre o que já foi destruído no PNSE, mas o ICNF respondeu que só divulgará os dados definitivos sobre os incêndios em áreas protegidas depois da fase crítica.
in https://www.dn.pt
10.8.22
Serra da Estrela: Autoridades admitem que incêndio pode chegar a Gouveia
Ao quinto dia, não são favoráveis as condições de combate ao incêndio que começou na sábado na Covilhã e que voltou a Manteigas.
O comando operacional admite uma situação ainda preocupante no triângulo entre Sameiro, Vale da Amoreira e Manteigas.
A Proteção Civil admite que o incêndio possa chegar a Gouveia.
Recorde-se que no balanço da Proteção Civil sobre os fogos em curso em Portugal, Elísio Oliveira disse que “o que nos preocupa e que temos identificado como a situação de maior pressão neste incêndio é um triângulo entre as localidades do Sameiro, Vale da Amoreira e Manteigas”. Sendo que encontra-se agora a alastrar com ”muita violência e rapidez” para a zona de Gouveia.
in https://maisbeiras.sapo.pt
9.8.22
Incêndio na Serra da Estrela: Sameiro, Vale de Amoreira e Manteigas são a “grande preocupação”
Segundo o comandante da Proteção Civil de Lisboa e Vale do Tejo, Ilísio Oliveira, a frente que ontem lavrava com grande intensidade na zona de Verdelhos, entrou, hoje, em fase rescaldo, sendo que as localidades de Sameiro, Vale de Amoreira e Manteigas, no distrito da Guarda, “são as que causam maior preocupação”.
Na conferência de imprensa, realizada ao 12:00, Ilísio Oliveira destacou que “não é comum estarem tantos operacionais num combate”, mas que tal está a acontecer “devido às condições meteorológicas, que não estão favoráveis e tendem a agravar-se até às 19:00”.
Devido à rotação do vento, que passará a soprar de norte para sul, o comandante explica que as chamas podem alastrar-se para outras localidades do concelho de Manteigas, existindo ainda a possibilidade de se dirigirem para a zona de Gouveia.
A esta hora (13:15) estão no local 1168 operacionais, auxiliados por 360 viaturas e 12 meios aéreos.
in https://radio-covilha.pt