5.3.12

Vítor Gaspar em Manteigas

Na visita que fez a Manteigas, neste domingo, o ministro das Finanças estava em “casa” e isso ficou claro quando, na chegada à câmara municipal, por entre o som da banda filarmónica, ouviu de uma conterrânea: “Viva o senhor ministro e meu vizinho“.
Com um coro de palmas em fundo, Vítor Gaspar ouviu a banda local – debaixo de uma chuva miudinha, que por estas terras é ‘chuva molha tolos’ -, numa cerimónia que deu início às comemorações oficiais do 498.º aniversário do município.
No discurso oficial, que Vítor Gaspar proferiu sem rodeios em menos de cinco minutos, fez referência às origens familiares que tem em Manteigas, aludindo aos ensinamentos da sua avó Prazeres, para quem a “todos Deus conferiu um dom que, chegado o dia, será posto ao serviço para procurar o ‘bem comum’”.
E foi no alinhamento das suas funções com os ensinamentos da sua avó que o ministro das Finanças lembrou que “em tempo de crise e emergência nacional, os portugueses não têm regateado esforços” para ultrapassar os problemas do país.
“Os portugueses não culpam os outros pelos seus problemas nem esperam que sejam os outros a vir resolvê-los. Sabemos onde estamos e o que queremos fazer”, apontou perante uma composta sala do auditório municipal de Manteigas.
Numa rara deslocação ao interior do país, Vítor Gaspar, depois de ouvir o presidente da câmara, Esmeraldo Carvalhinho, do PS, lembrar os quase 500 anos do município e a sua ancestralidade quase milenar enquanto localidade, sublinhou que não tem pressa para ultrapassar a crise.
“Não temos pressa e a história garante que venceremos a crise”, disse, complementando que do “estrangeiro se olha para aquilo que Portugal está a fazer para ultrapassar as dificuldades”.
No curto discurso, Vítor Gaspar teve ainda tempo para dizer ao presidente da câmara que tomou boa nota das suas reivindicações.
Esmeraldo Carvalhinho tinha, momentos antes, feito alguns reparos à reforma administrativa em curso, defendendo que esta “obriga a uma redobrada atenção”, porque, dando o exemplo de Manteigas que chegou a ser extinto como concelho em 1897. Os protestos populares “repararam o erro ano e meio depois”, disse.
“Não somos contra a reforma administrativa, somos contra a extinção de freguesias por mera contabilidade administrativa”, advertiu Carvalhinho, que aproveitou para deixar um recado ao ministro seu conterrâneo.
“Senhor ministro, na história de Manteigas já está, mas só ficará na história do país se conseguir resolver os problemas das pessoas, se conseguir melhorar a vida dos portugueses”, adiantou o autarca.
O presidente da autarquia pediu ainda a Vítor Gaspar para fazer o que for possível quanto à construção de uma nova rodovia entre a vila e Piornos com ligação à Torre da Serra da Estrela, atravessando o Vale do Zêzere e que não deixe sair da terra os serviços da segurança social e das finanças.
in jornal As Beiras

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