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"Está situada em hum valle do Rio Zezere dois tiros de bala de espingarda, e nove, e meyo da Serra da Estrella..." In Memórias Paroquiais de 1758
29.1.12
26.1.12
Seis praias fluviais da região candidatas às “7 Maravilhas - Praias de Portugal”
Seis praias fluviais da região integram a lista de 296 candidaturas validadas para a eleição das “7 Maravilhas – Praias de Portugal”, anunciou hoje a organização.
As praias de Valhelhas (Guarda) e Vale do Rossim (Gouveia) foram catalogadas na categoria de “Praias de Albufeiras e Lagoas”, enquanto Loriga (Seia), Aldeia Viçosa (Guarda), Relva da Reboleira (Manteigas) e Unhais da Serra (Covilhã) fazem parte da lista de “Praias de Rios”. O Concelho Científico, composto por sete entidades (Secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, Marinha Portuguesa, Associação Bandeira Azul da Europa, GEOTA, Liga para a Proteção da Natureza, Quercus, e SOS – Salvem o Surf), teve em conta nesta nomeação, preferencialmente, critérios como a beleza da praia (incluindo a sua envolvente), a limpeza e qualidade da água, o estado de conservação dos sistemas naturais e edificados. Mas também os serviços prestados aos utentes, a qualidade de espaços públicos como acessos e estacionamento, a preservação da identidade local e a existência de condições para a prática desportiva. Os mesmos aspetos serão agora utilizados na análise e votação das candidaturas, por parte de 70 especialistas, a quem cabe selecionar as 70 praias pré-finalistas. O resultado da votação, efetuada pelos painéis de especialistas e de notáveis, será revelado no próximo 27 de fevereiro.
in O Interior
17.1.12
16.1.12
15.1.12
11.1.12
1.1.12
Feliz 2012
O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o
[ calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória,
[ doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o
[ clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do
[ acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos
[ séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras
[ espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
Carlos Drummond de Andrade
In Reunião — 10 Livros de Poesia
Ed. José Olympio, Rio de Janeiro, 1971
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